Em 1922 Howard Carter, arquélogo, procurava no vale dos Reis no Egipto, o túmulo de Tutacamon. Após 15 anos, o dinheiro da expedição estava a acabar. Sem nada encontrarem, o ânimo de todos estava de rastos. Até que, quando o desistir era uma realidade que se empunha cada vez com mais força, encontraram uma passagem com 16 degraus. Continuaram a escavar e esses degraus conduziram-nos a uma porta em madeira. Tinham encontrado a entrada para o túmulo. Volvidos 15 anos após o início do seu trabalho, o seu esforço e perseverança eram agora recompensados. Acenderam os archotes e puderam contemplar o seu interior: estátuas grandiosas de pessoas e animais, mobílias, jóias, tronos. À luz ténue dos archotes resplandecia toda a câmara. Por todo o lado cintilava o brilho do ouro puro.
"O que é que vê?" perguntou-lhe o seu assistente. "Vejo coisas novas!" - respondeu. Aparentemente esta resposta não faria muito sentido mas, aquilo que descobriu viria a permitir uma nova abordagem à história da Antiguidade, nomeadamente da civilização egípcia.
O recomeço do trabalho após as férias, o recomeço de um ano, o reinício de algo provoca sempre um novo entusiasmo, uma expectativa elevada, renovada esperança…
Contudo, muitas das "coisas novas" que temos a descobrir já se encontram na nossa posse, apenas a nossa distracção e negligência deixaram que o tempo as soterrasse.
Viver desejando a "última novidade" pode ser frustrante, sobretudo quando não sabemos guardar e valorizar aquilo que já temos.
Mais que uma série de recomeços, gostava de ter uma vida de continuidade evolutiva em que entre o passado e o futuro se pudesse ver no presente do momento, a sombra de um e o esboço do outro.
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