Esta não era seguramente uma tarde idílica de Verão. Uma indisposição súbita de um familiar levou-me a uma tarde de espera nas "urgências" de um hospital do Norte. Tal serviu para observar a realidade dura e crua da existência humana:
- A vida não é perene mas extremamente fugaz: "Nós não somos nada"! - era a exclamação de um acompanhante de um doente que acabava de dar entrada no serviço;
- O esforço desenvolvido por uma panóplia diferente de pessoas (bombeiros; polícias; socorristas; enfermeiros; auxiliares; médicos...) para preservar a vida humana;
- A dor física e emocional estampado nos rostos dos doentes;
- A angústia da incerteza perante a doença imprevista ou o acidente ocorrido;
- A solidão de alguns que chegavam sem ninguém e não tinham ninguém para quem voltar;
- A camaradagem do "gang" que não arreda pé enquanto não tem a certeza que um dos seus elementos, que entrara a esvair-se em sangue não corre perigo de vida;
- A carrinha da polícia de intervenção que passa para lembrar que está "por perto" para qualquer eventualidade;
- O doente que com um ferimento profundo na face, vai a conduzir sozinho até à entrada das "urgências" e aí abandona o carro, numa declaração silenciosamente gritante: "a saúde é mais importante que qualquer bem material".
Perante esta realidade apenas uma certeza me pacifica o coração: "O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a Terra".
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