2008-02-29

Brilho ou valor

A cerimónia dos óscares deste ano, já lá vai. Ao que parece, como espectáculo mediático ficou aquém das expectativas. Afinal de contas, sempre era o 80º aniversario!
Entre vencedores e vencidos, uma ou outra novidade, as habituais insinuações de carácter político, e sempre, sempre, os eternos agradecimentos, lá foram desfilando os protagonistas do momento, na sua noite áurea.
Vincadamente incrustada, a marca da cerimónia continua: muito 'glamour', muita encenação, muito 'flash', muita luz, muita plástica, muito brilho... O velho cliché impera - "the show must go on".
É então neste frenesim de divinização do "brilho" em que tudo acontece para o qual somos atraídos.
Mas, pensando bem talvez o que importa não é este pegajoso 'gloss' com o qual nos querem deslumbrar, mas sim o valor real das coisas. O valor real do que é verdadeiro e não embuste, do que é autêntico e não uma falsidade encenada.
Perscrutar o "valor" no meio de tanto "brilho" confesso que é tarefa de difícil realização. Talvez porque o "Valor" se afirme por si próprio enquanto o "Brilho" carece de toda uma panóplia de artifícios. Assim, é nos "Óscares"... Assim também o é, na vida!

2008-02-14

Novas "partidas"

Certa vez perguntaram a um atleta de alta competição, qual era o segredo do seu sucesso. Ele prontamente respondeu:
"A melhor maneira de ganhar uma prova é esquecer as minhas vitórias anteriores. Isto elimina o risco de ficar presunçoso. Mas, também é necessário esquecer as minhas derrotas, assim não corro o risco de ficar com medo de perder. Cada corrida é uma nova partida."


"...esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e, avançando para as que estão diante mim, prossigo para o alvo..."
- in Bíblia

2008-02-11

Vítima ou sobrevivente?

Provavelmente qualquer um de nós, numa ou noutra circunstância foi reduzido ao papel de vítima. A vida é demasiado "assimétrica" para que qualquer um se possa esquivar a esta realidade, numa ou noutra circunstância.
Talvez a esta condição tenhamos sido forçados por condicionalismos externos à nossa vontade; talvez outras vezes tenhamos sido nós próprios a permitir essa mesma imposição.
Vítimas de injustiça, vítimas de discriminação, vítimas de abuso... vítimas do "acaso"!
Às vezes esta condição de vítima até pode trazer algum conforto... Até talvez possa acarretar alguma discriminação positiva, mas ela implica irremediavelmente uma consequência: a distorção da nossa identidade.
Quando deixamos de nos ver como vítimas e passamos a ver-nos como sobreviventes, o choro transforma-se em canto, a lamúria converte-se em gratidão, os trajes de tristeza modelam-se numa brilhante indumentária de alegria.
Esta é uma escolha individual e interior: serei uma eterna vítima, ou um resistente sobrevivente?

"o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã!"
- in Bíblia