2006-02-24

"Keep it simple"

Muito se houve falar de "qualidade de vida". Indicador do nível de felicidade, insistentemente, este conceito surge relacionado e quantificado com a quantidade de "bens" que determinada pessoa possui e do seu correspondente usufruto.
O materialismo da sociedade em que vivemos é crescente, no entanto, se nos questionássemos quanto à necessidade real das coisas que detemos, certamente ficariamos estupefactos. Grande parte daquilo que hoje reputamos como essencial, à 10 anos atrás não existia, à 20 seria ficção científica, à 100 anos levar-nos-ia ao internamento num qualquer hospício.
Da mesma forma, as relações de afectividade e de relacionamento comungam deste mesmo paradigma. Construímos verdadeiros labirintos e teias de relacionamento, muitas delas virtuais, efémeras, transitórias e egoisticamente prevalecentes. Cada vez mais o dar-se ao outro, o abrir-se, o permitir a invasão do outro no nosso eu, não é de todo permitida, ou sendo-o, é habilmente acautelada.
Vivemos num mundo de clausura emocional e de ostentação material. Prevalece a posse, sobre o relacionamento, prevalece o material sobre o intangível.
O Homem é acima de tudo um ser relacional, pelo que a "qualidade de vida" de cada um deverá ser medida pelos relacionamentos que estabelece e não por aquilo que detém. Sobretudo, no que respeita ao relacionamento individual e pessoal com o Criador de todas as coisas.

2006-02-16

Persistência no erro

Hoje, passava junto a uma estação de serviço, quando me apercebi de um pormenor interessante. A funcionária que logo pela manhã tem a função de fazer a limpeza do pavimento estava como sempre a preparar os seus utensílios de trabalho.
Com o colete reflector colocado, começou a tarefa. Ligou a mangueira à torneira, e, começou a lavar o pavimento. À medida que ía afastando-se da torneira para percorrer toda a área de serviço, a mangueira começou a ensarilhar-se. Quanto mais ela puxava, mais o nó apertava. Quanto mais o nó apertava, menos água saía. E ela lá insistia. Cada vez mais irritada, mais puxava a mangueira. A mangueira respondia, com um nó cada vez mais apertado... consequentemente, menos água jorrava!

Se há coisa em que somos persistentes é no erro.
Muitas vezes, obstinadamente insistimos em fazer as coisas "à nossa maneira". Resultado, acabamos por nos estrangular a nós próprios. Asfixiamos em resultado da nossa própria teimosia. Ter um espírito aberto, auto-crítico e permeável a aprendermos coisas novas é necessário. Aquilo que muitas vezes é definido como um "espírito ensinável", mais que urgente é importante e essencial.

2006-02-14

ser GRANDE

"Todos se podem sentir grandes porque todos podem servir. Tu não tens que ter um curso universitário para servir. Tu não tens que saber ligar o predicado ao verbo para servir. Não precisas ter conhecimentos sobre Platão e Aristóteles para servir ... Precisas apenas ter um coração cheio de graça, e uma alma movida pelo amor."
- Martin Luther King

2006-02-10

Limpeza

Recentemente antes de lavar o meu carrito, tive o cuidado de ir ver a previsão de tempo para os próximos dias. Previsão: próximos 10 dias, sem chuva. A decisão estava tomada... Ficou quase um "brinquinho"!
Lá andei eu 2 dias com o carro a brilhar.
Hoje, quando vou a sair de casa, não podia acreditar, aquelas gotículas que apenas servem mesmo para sujar os carros, tinham mesmo caído!
Resultado, nova lavagem é precisa...

Não seremos também nós como os carros que precisam constantemente de "ser lavados", se queremos aparecer de "rosto limpo"?

2006-02-06

"Salvo" pela aranha


Certa ocasião em que Felix de Nola fugia dos seus inimigos, refugiou-se numa caverna.
Apenas tinha entrado, e logo de seguida eis que uma aranha principiou a fazer a sua teia na fenda da rocha que dava acesso ao esconderijo.
Quando os perseguidores passaram, viram a teia de aranha e não se detiveram a procurar no interior da gruta. Então, quando se considerou livre de perigo, saiu do seu refúgio e disse: "Ubi Deus est, ibi aranea murus; ubi non est ibis murus aranea.".
Ou seja: "Onde Deus está, uma teia de aranha serve de muralha; onde Ele não está, uma muralha é apenas uma teia de aranha."

2006-02-01

Anormalidades

Apesar de já ter ocorrido no passado Domingo, não podia deixar de não me referir a este acontecimento.
A notícia surgiu já na parte final do alinhamento do Telejornal na noite de Domingo.
Uma bébé de 2 meses tinha sido resgatada com vida de um rio. Só por si, a notícia já teria relevância, contudo existia um dado adicional: havia a gravação video do acontecimento.
O impacto da imagem foi avassalador.
Um grupo de pescadores na margem de um rio no Brasil, filmava a sua pescaria até que foram despertados para um saco que flutuava no rio. Sim um saco! Por alguma razão a sua atenção foi despertada por aquele saco plástico. Recolheram-no. Quase que a medo, um deles abriu-o. Dentro encontrava-se uma menina com cerca de 2 meses de idade. O estarrecer e a surpresa foram absolutos. Prontamente a socorreram. Mais tarde surge a imagem da bébé já no hospital a tomar o seu biberão, aparentemente em excelente estado de saúde. A polícia procura os pais para esclarecer este acontecimento "insólito".

Como acontecimento anormal que é gostaria de salientar os seguintes aspectos:
1) Não é "normal" que se atire, uma criança ao rio dentro de um saco plástico;
2) Não é "normal" que uma criança de 2 meses, se mantenha a flutuar, utilizando os seus instintos naturais, nadando não se sabe exactamente quanto tempo;
3) Não é "normal", que um grupo de pescadores preste atenção a um mero saco que flutua no rio;
4) Não é "normal", que esse mesmo grupo de pescadores esteja de câmara em punho à espera de registar este facto.
Perante tantas aparentes "coincidências", ou a notícia é falsa, ou gostava que me dessem uma explicação melhor para o facto desta criança ter sobrevivido, que não seja uma mera conjunção de factos ocasionais ou que simplesmente a bébé afinal, é uma excelente nadadora...