2005-10-14

Nas sombras do silêncio

Nas sombras do silêncio, contemplo a minha existência.
Arraigado ao ser, ao ter, ao reter e deter isolo o ego sempre presente.
O "ruído" do dia-a-dia assoberba-me de informação. Alguma útil, outra despropositada.
Que importa o que fui? Que importa o que sou? Que importa o que serei? Importa, pois...

Nada se constrói, nada se destrói, contudo tudo se busca no nada do presente. E o tempo sempre presente, esse passa veloz, alheio às conquistas, às alegrias, ou às frustrações e derrotas.

Gosto do discurso directo, do olhar nos olhos, do interagir com o outro. Repugna-me a "voz passiva" e evasiva. Do falar do que não se viveu, do rejeitar o que não se conhece.
Brincar com as palavras, agregando-as em sentidos contraditórios, desenhá-las no papel branco, esperar que as mesmas adquiram vontade própria e se ergam no ar, compondo a mais bela melodia que os olhos possam vislumbrar.
A imaginação flui, no entanto a insatisfação permanece. Depressa os sentidos caiem na lápide gélida do descontentamento
Por si só, a letra é morta, no entanto a Palavra Criadora, o Verbo, essa é capaz de gerar vida no interior.
Esta Vida gera luz, gera verdade, gera liberdade, transporta esperança, aponta salvação.
Faz-nos sentir o intangível e imaterial, traz o conhecimento e entendimento.
Abre a porta do Eterno...

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