2010-02-09

Fábula... ou talvez não!

Uma galinha encontrou alguns grãos de trigo e disse aos vizinhos: “Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer ajudar-me a plantá-lo?”“Eu não, estás parva !” - disse a vaca. “Nem eu, tenho mais que fazer !” - emendou o pato. “Eu também não” - retorquiu o porco.
“Eu muito menos” - completou o bode. “Então, eu mesma planto”, disse a galinha. E assim o fez.
O trigo cresceu alto e amadureceu, com grãos dourados. “Quem me vai ajudar a colher o trigo?” - quis saber a galinha.
“Eu não, já tenho o rendimento mínimo garantido” - disse o pato. “Não faz parte das minhas funções. Só se pagares algum sem recibo” - disse o porco. “Não. Depois de tantos anos de serviço, nem pensar”, - exclamou a vaca. “Eu arriscava-me a perder o fundo de desemprego” - disse o bode.
“Então, eu mesma colho” - disse a galinha, e colheu o trigo, ela própria. Finalmente, chegou a hora de amassar o pão. “Alguém quer me ajudar a cozer o pão?” - indagou a galinha.
“Eu deixei a escola e não aprendi como o fazer! Além disso ganho bem com a 'passa' !” - disse o porco. “Eu não posso pôr em risco o meu subsídio de doença” -continuou o pato. “Caso seja sozinho a ajudar, é discriminação” - resmungou o bode. “Só se me pagarem horas extra” - exclamou a vaca.“Então, eu mesma o faço” - exclamou a pequena galinha.
Cozeu cinco pães e pô-los a todos num cesto para que os vizinhos pudessem ver. De repente, toda a gente passou a querer pão, e pediu um bocado. A galinha disse simplesmente: “Não! Vou comer os cinco pães sozinha”.
“Lucros excessivos, sua agiota!” - gritou a vaca. “Sanguessuga capitalista!” - exclamou o pato. “Eu exijo direitos iguais!” - bradou o bode. O porco grunhiu: - A Paz, o Pão, Educação, são para todos! Direitos do Povo! Então pintaram faixas e cartazes dizendo “Injustiça” e marcharam em protesto contra a galinha. Afinal de contas sempre viviam num país democrático.

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