2005-07-04

O rigor de Constâncio

Não, não vou alvitrar sobre a questão, mas sim opinar sobre o a utilidade efectiva da Assembleia da República nos dias que correm.
E o que tem uma coisa a ver uma coisa com a outra? Vejamos...
Em tempos de absoluta necessidade de credibilização das instituições democráticas, este governo no seu esforço hercúleo de restaurar a dignidade das mesmas, parece não conseguir acertar uma.
Depois da desorientação marcada pelo apresentação de informações divergentes em matéria do Plano de Estabilidade e Crescimento, de responsabilidade directa do governo e do seu Ministro das Finanças, somos agora confrontados com o facto de o chamado "Relatório Constâncio" também ele apresentar discrepâncias evidentes, significativas e graves.
Parece que afinal, os funcionários do Banco de Portugal, andarão a ser muito mal pagos, pois só assim se compreenderá que por falta de manifesta motivação não consigam fazer contas de somar e subtrair.
Mas onde gostaria de centrar a atenção em toda esta questão não é com os erros grosseiros em si, mas para a fiscalização e avaliação destes actos.
Não é da competência da Assembleia da República a fiscalização da actividade governativa?
Não é da responsabilidade da Assembleia da República e dos partidos que a compõe, validar a informação que o governo apresenta?
Para que serve todo o aparelho partidário, todos os departamentos económicos dos diferentes partidos, que não identificam estes erros grosseiros?
Que democracia é esta em que quem tem que trazer à luz estas questões são os "media" (no caso vertente o jornal "Público").
A democracia portuguesa corre perigo evidente.
Senhores Deputados, o país exige que exerçam com responsabilidade as funções para que foram eleitos, se não têm capacidades para as exercer, sejam honestos e renunciem ao cargo.

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