2005-06-08

A verdade da mentira

Um dos primeiros conceitos que aprendemos na nossa existência, prende-se com a diferenciação entre a verdade e a mentira.
No início, parece fácil, mas à medida que crescemos, somos confrontados cada vez mais com quase-verdades, o que torna a nossa capacidade de discernimento bem mais falível.
Umas vezes optamos conscientemente por escolher a mentira, outras vezes, assumimos quase verdades como verdade, outras vezes procuramos sem preconceitos a verdade das coisas.

Ninguém gosta verdadeiramente de se sentir enganado, pelo que é comum que ultrapassemos este problema determinando aquilo a que chamaria a verdade da mentira. Este conhecimento parcial acaba por ser suficiente, levando contudo ao engano auto-induzido
Uma falsidade repetida indefinidamente assume carácter de verdade: imagem de verdade distorcida, reflexos de premissas dúbias, figura tosca do verdadeiro.
E pronto, logo passamos a ter a nossa "verdade da mentira".
Muitas vezes ela aparece camuflada e envolvida num invólucro de pseudo-ciência, outras vezes reveste-se de uma capa de religiosidade, outras vezes ainda pelo que está socialmente pré-determinado.

Eu só concebo a Verdade neste contexto: uma verdade que produz vida e esperança; uma verdade que não valoriza o exterior mas sim o interior; uma verdade que atenta para o indivíduo no particular; uma verdade inteligível até pelas crianças; uma verdade que ilumina, orienta e traz propósito; uma verdade que produz aceitação; uma verdade que gera justiça; uma verdade que aperfeiçoa; uma verdade não apenas da mente mas também do "coração"; uma verdade de certezas e convicções; uma verdade de excelência e de conhecimento; uma liberdade que liberta.


"e conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará",
da Bíblia

2 comentários:

Jorge Oliveira disse...

Mas será que não existirão mesmo verdades relativas?

Anónimo disse...

A ciência tem as costas largas...